O treinamento em procedimentos invasivos é um aspecto essencial da educação médica, e a escolha do modelo adequado para o ensino impacta diretamente a formação de profissionais da saúde. Historicamente, os modelos animais e cadavéricos desempenharam um papel central nesse treinamento.
No entanto, avanços na tecnologia de simulação permitiram o desenvolvimento de modelos sintéticos que surgem como uma alternativa viável e ética, eliminando barreiras associadas ao uso de animais vivos.
Uso de modelos animais no treinamento médico
Como mencionado, o uso de modelos animais para o ensino de procedimentos médicos é uma prática estabelecida há décadas. Animais, como suínos, por exemplo, têm sido utilizados devido à sua semelhança anatômica com os humanos. No entanto, o uso de modelos vivos apresenta desafios significativos, incluindo questões éticas, custos elevados, disponibilidade limitada e risco biológico.
Apesar desses desafios, modelos animais continuam sendo usados em algumas instituições por seu realismo anatômico e funcional. Entretanto, à medida que tecnologias de simulação evoluem, a tendência é que esses modelos sejam gradativamente substituídos por alternativas mais seguras e sustentáveis.
Nesse contexto, um estudo publicado no Journal of Surgical Research avaliou a eficácia de diferentes modelos para o treinamento de toracostomia com dreno, comparando modelos animais, cadavéricos e sintéticos [1].
Avanço dos modelos sintéticos para a educação em saúde
Segundo a pesquisa, os resultados indicam que o desempenho dos estudantes não difere significativamente entre os três grupos avaliados, reforçando a viabilidade da substituição dos modelos biológicos pelos sintéticos na educação médica [1].
Foram comparadas a retenção de conhecimento e habilidades práticas em estudantes que treinaram a toracostomia nos três modelos. Os resultados demonstraram que todos os grupos apresentaram melhora significativa na aquisição de conhecimento teórico e prático após o treinamento. Além disso, a retenção das habilidades foi semelhante entre os três grupos, indicando que o modelo sintético pode proporcionar uma experiência de aprendizado tão eficaz quanto os modelos tradicionais [1].
Apesar de a satisfação ter sido maior nos grupos que utilizaram modelos biológicos, a autoconfiança adquirida pelos alunos na execução do procedimento foi similar entre os três grupos. Isso sugere que a percepção inicial dos alunos sobre a experiência prática pode ser influenciada pelo realismo anatômico dos modelos biológicos, mas que, a longo prazo, a eficácia do aprendizado não é comprometida pelo uso do modelo sintético [1].
Outro aspecto relevante do estudo foi a avaliação do impacto dos modelos na retenção das habilidades ao longo do tempo. Após 24 semanas, os alunos foram reavaliados e observou-se uma queda na pontuação dos testes práticos para todos os grupos. No entanto, não houve diferença significativa entre os modelos, indicando que a capacidade de retenção do aprendizado não depende do tipo de modelo utilizado, mas sim da necessidade de reforço contínuo por meio de treinamentos periódicos [1].
Vantagens do modelos sintéticos
Diante dos resultados apresentados, fica claro que os modelos sintéticos surgem como uma alternativa viável para a educação médica. Fabricados com materiais que simulam tecidos humanos, esses modelos permitem um treinamento eficaz sem os desafios éticos e biológicos associados ao uso de animais.
São muitos os benefícios envolvidos na utilização de simuladores sintéticos. Por não envolver tecidos vivos, esses modelos eliminam o risco de contaminação e exposição a patógenos, por exemplo.
Diferente dos modelos biológicos, os sintéticos podem ser utilizados diversas vezes, reduzindo custos a longo prazo. Outro ponto a ser considerado é que os simuladores sintéticos garantem um ambiente de aprendizado uniforme para todos os estudantes, sem variação nas condições do modelo.
Adicionalmente, modelos sintéticos podem ser usados em qualquer instituição, independentemente de infraestrutura laboratorial avançada. Quando combinados com outras tecnologias, como realidade aumentada e feedback automatizado, esses modelos oferecem uma experiência interativa ainda maior.
Qual o futuro da educação médica com a simulação?
Sem dúvidas, a tendência é que a simulação esteja cada vez mais presente na educação médica. Além disso, a integração de modelos sintéticos com tecnologias de realidade virtual e inteligência artificial pode potencializar ainda mais o aprendizado, permitindo uma experiência personalizada e interativa para os estudantes. Essa abordagem não apenas melhora a segurança dos alunos, mas também reduz significativamente o impacto ambiental e ético do treinamento médico.
A transição dos modelos biológicos para os sintéticos representa um avanço e os atuais resultados científicos reforçam que o uso de modelos sintéticos é uma alternativa viável para substituir os modelos tradicionais, garantindo treinamento eficaz, seguro e acessível.
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Referências:
[1] Meyer-Pflug AR, Rasslan R, Yassushi Ussami E, de Salles Collet E Silva F, Otoch JP, Bastos Damous SH, Frasson de Souza Montero E, Metidieri Menogozzo CA, Edson Vieira J, Massazo Utiyama E. Which Model Is Better to Teach How to Perform Tube Thoracostomy: Synthetic, Cadaver, or Animal? J Surg Res. 2022 Oct;278:240-246. doi: 10.1016/j.jss.2022.02.033
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